Rodinhas no barco!
- Pedro Rodrigues

- Aug 1, 2018
- 3 min read
Updated: Mar 31, 2020
Quando remei em minhas primeiras aulas em máquina, tive certa facilidade em empregar força e velocidade a cada remada. Mentalizei bem a sequência "braço tronco, perna - perna, tronco braço". Ocorre que dentro do barco as coisas já são um pouco mais complexas.
Da mesma maneira que na máquina, no barco não me faltou força para remar sem sobrecarregar braços ou lombar. No entanto, por várias vezes perdia o equilíbrio do barco por não equalizar a altura e posição das mãos. Então eu até conseguia tirar o barco da inércia com facilidade, colocava velocidade, mas no meio do processo algo de errado acontecia e eu quase ia para a água...
Não me restava outra alternativa a não ser parar o barco e começar tudo novamente, o que me deixava frustrado.
A GRANDE SACADA
Depois de muito matutar sobre essa dificuldade e com o auxílio dos professores do Capital do Remo, entendi não só o que eu estava errando, como aprendi uma técnica para não precisar parar o barco para equilibrar novamente.
O segredo estava na posição dos remos, mas não só nisso. Ao manter os remos encostados na água com as pás dispostas na horizontal (em paralelo à água), a sensação imediata é a mesma de quando eu subi em uma bicicleta com rodinhas pela primeira vez.
Mantendo os remos nesta posição, é praticamente impossível que você vire o barco ou mesmo que perca o equilíbrio. O melhor de tudo é que, mesmo que o barco esteja em movimento e o seu movimento seja o de recuperação entre uma remada e outra, com as pás na horizontal a resistência para fazer o barco parar é quase nula.
VOCÊ PODE REMAR SEM TIRAR AS RODINHAS
Remar sem tirar os remos da água é o mesmo que aprender a andar de bicicleta com rodinhas. É praticamente impossível cair!! E da mesma forma como fazemos quando crianças, na medida em que a confiança vai aumentando, começamos a andar em linha reta buscando o equilíbrio perfeito para que nenhuma das rodinhas encoste no chão.
Transferindo para o remo, na medida em que a confiança for aumentando, subimos mais o remo, aliviando a pressão dos mesmos na água, fazendo com que o deslizamento pela superfície da água na fase de recuperação esteja cada vez mais suave até que, naturalmente, eles não encostem mais.
Quando isso aconteceu comigo na primeira vez, a minha sensação também foi a mesma de quando consegui não tocar as rodinhas no chão:
- O barulho dos remos deu lugar à um silêncio absoluto assim como quando não ouvimos mais o barulho das rodinhas;
- O deslizar do barco sobre a água trouxe a sensação de empoderamento sobre o barco assim como a vitória de aprender a "domar" uma bicicleta;
- E por fim, a vontade de pedalar mais rápido e se sentir livre foi a mesma. Coloquei mais e mais força nos remos e senti que havia deixado as fraldas de remador para trás.
Essa é uma técnica que parece simples, mas que faz total diferença para que está iniciando sua prática de remo. Devo dizer que ela não se esgota, ou seja, são necessárias muitas outras informações para que você consiga remar direito. Por isso, o ideal é ter profissionais do seu lado observando e corrigindo seus movimentos.
Também devo dizer que remar é uma delícia e que eu encaro isso como uma meditação. É como se lá no meio do lago você não tivesse influência de nada e nem ninguém. Lá não existe corrupção, trabalho, estresse... É um ambiente só seu e que te faz colocar muita coisa no lugar.
Agradeço demais sua atenção até aqui. Espero que este texto tenha te gerado algum valor.
Se eu estiver certo, ficaria imensamente grato se você pudesse compartilhá-lo com outras pessoas que você sabe que serão ajudadas também.
Um grande abraço.
Até a próxima!




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